It Seems Like Old Times
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Battlestar Galactica
Remakes nunca são fáceis.Ainda mais se for um remake de uma série clássica e com milhões de fãs espalhados pelo mundo que simplesmente não aceitam uma virgula de mudança.Parece que os produtores David Eick e Ronald D.Moore simplesmente ignoraram esse pequeno contratempo e se dedicaram a entregar ao publico não uma série de qualidade e sim,talvez(de acordo com grande parte do publico e critica), a melhor série de ficção cientifica já feita.E o melhor:totalmente independente da série que a originou.Apesar dos protestos já previstos, a verdade é que os produtores acertaram a mão ao deixar a fantasia de lado e concentrar a série em um tom mais realista,lógico que dada as devidas proporções.Afinal de contas estamos falando de basicamente um velho clichê do gênero:maquinas inteligentes atacando seres humanos.Nisso,a trama básica pouco difere da original.Aqui tudo é feito de maneira documental,como se alguém com a câmera na mão participasse de um exercício de guerra dentro das naves.
É possível até se dar ao luxo de presenciar falhas mecânicas em trens de lançamento e pouso com um nível de detalhe jamais visto no gênero.E as batalhas são um dos(muitos) pontos altos do programa,com efeitos especiais que rivalizam fácil com qualquer mega produção de Hollywood.Nada disso teria importância se o elenco,misto de veteranos e novatos, também não merecesse os parabéns.Edward James Olmos agarra o papel com unhas e dentes e entrega um almirante Willian Adama impecavel.Não se pode esquecer de Mary Macdonnell como presidente das colônias atacadas numa performance cheia de pequenos detalhes marcantes.O veterano ator Michael Hogan também faz bonito como Coronel Saul Tigh.Resultado: 25 indicações e 11 prêmios em apenas 3 temporadas.Apesar de não ter uma audiência monstruosa, a série mantinha-se confortável na grade de programação no canal Sci-Fi channel.Pegando todos de surpresa os produtores anunciaram o término da série na 4o temporada e a produção de um filme feito diretamente para a TV para novembro de 2007.No Brasil:A primeira temporada chegou a ser exibida na rede Record em 2006 mas sumiu rapidamente da programação.Na Tv a cabo ela foi exibida primeiramente no Universal Channel e logo em seguida na TNT aonde foram exibidas todas as 3 temporadas.As primeiras duas temporadas foram lançadas em Box de DVD com imagem fullscreen.A primeira temporada vem com o minisérie em forma de filme de 3 horas em um disco separado.A terceira temporada será lançada no mês de outubro.




Pony
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Takashi Miike
Takashi Miike:Existe um certo sentimento de segurança no ato de assistir um filme.Qualquer filme.Por mais “enfant terrible” que o diretor seja no fundo você sabe que ele não vai cruzar alguma linha e que a experiência no final das contas é um ato plenamente sem riscos.Bom...esse é o tipo de coisa que não existe no cinema de Miike.Diretor extremista e absurdamente criativo e hoje em dia um dos grandes nomes do cinema mundial.Dono de uma invejável filmografia de mais de 73(!!!!!!)filmes e uma média de 3 lançados por ano em apenas 17 anos de labuta,o diretor hoje tem seus ingressos disputados a tapa em festivais internacionais.Não a toa Tarantino(sempre ele) praticamente lhe rouba todos os trejeitos, manias e...os atores preferidos, e usa a seu favor no excelente e reverencial Kill Bill vol 1.Apesar do enorme numero de produções assinadas por ele,pouca coisa do diretor tem sido lançada por aqui.A distribuidora Europa lançou esse ano as versões simples dos filmes”Ichi-o assassino” e mais recentemente”Morrer ou viver 1 e 2”.Foram lançados os filmes”cena mafiosa 1 e 2” pela distribuidora Oregon e pela Paris filmes o capitulo”Imprint” da série marcas do terror.Mesmo assim,filmes menos conhecidos do diretor estão restritos a mostras e pequenos festivais.Esse ano talvez a situação se reverta um pouco,já que o selo da Sony classics encontra-se encarregado de fazer a distribuição mundial de “Sukiaki Western Django”,ultimo filme do diretor e refilmagem do clássico dos anos 60 Django,dirigido por Sérgio Corbucci.Dessa vez com Tarantino fazendo uma ponta.

Filmes obrigatórios do diretor:

Audition(1999)-Com a desculpa de fazer uma entrevista para o elenco de um filme mas com segundas intenções um viúvo de caráter duvidoso acaba entrando em um verdadeiro pesadelo.


City of lost souls(2000)-Um brasileiro descendente de japoneses se envolve com uma chinesa no meio da guerra de gangues entre a Yakuza e a tríade chinesa.


Trilogia morrer ou viver(1999 a 2004)-3 filmes não relacionados que vão do ódio mortal clássico entre policial e bandido até explosões nucleares...sem escala.


Visitor Q(2001)-O filme sobre famílias disfuncionais mais ofensivo já feito...e um dos mais belos.


Ichi-O assassino(2001)-Sinopse alguma faria justiça a esse filme.O mais próximo seria:corrida contra o relógio,banho de sangue e sadismo extremo.


Gozu (2003)-Um pesadelo infernal que envolve a máfia,gente deformada,seres bizarros e imagens que não sairão da sua cabeça tão cedo.

Pony
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quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Hairspray - Eramos Todos Jovens(1988)
Um “filme de dança” do diretor John Waters, Hairspray traz a história de Tracy Turnblad (Ricki Lake) uma garota um tanto acima do peso que sonha em dançar no badalado The Corny Collins Show, um programa em que vários jovens dançam até não poder mais. E quando entra no programa, Tracy acaba se apaixonando pelo bonitão Link Larkin. Até poderia ser só mais um romancezinho, mas o filme se passa nos anos 60, com cabelos que vão às alturas e a segregação racial impedindo a integração no tal Corny Collins Show.
E aí é que o filme surpreende, com o estilo e humor peculiar de Waters em cada cena, junto com uma bela trilha dos anos 60, o filme traz como ponto principal o preconceito, o que traz desde cenas muito engraçadas, como uma mãe preconceituosa indo buscar a filha num bairro negro até a momentos mais sérios, como uma briga que acaba com a personagem principal na cadeia. Um dos pontos fortes do filme, já que, mesmo com um tema forte sendo abordado, o ritmo se mantém o tempo inteiro, sendo que é quase impossível terminar de ver o filme sem estar com uma das músicas na cabeça.
O elenco também ajuda, desde a mãe de Tracy, Edna (o travesti Divine) e seu pai Wilbur (Jerry Stiller, o Frank Constanza de Seinfeld), o filme é sempre pontuado por boas atuações, com alguns exageros à parte (Ricki, que às vezes parece estar prestes a berrar em algumas cenas) incluindo o próprio John Waters, que faz uma ponta como um terapeuta. E sempre com coadjuvantes que roubam a cena, como a apresentadora do “Dia dos negros”, Motormouth Maybelle até a vilã, a invejosa Amber Von Tussle.
É um filme divertido, e mesmo que hoje em dia pareça ilógico os jovens assistirem a um programa para ver mais jovens dançando, é cinema, e é cinema que diverte com um pouco de conteúdo lá no fundo. Waters pode ter suas excentricidades e exageros que podem incomodar parte do público (eu, por exemplo, não sou um grande fã seu), mas vale ao menos como curiosidade antes da chegada da versão musical (Hairspray – Em Busca da Fama) nos cinemas.

Viníccius Boaventura
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Homem Aranha III
Em um ano em que os terceiros filmes vinham em montes, e com um predecessor que é considerado uma das melhores adaptações de HQ’s da história, Homem-Aranha 3 era o blockbuster mais esperado do ano, de longe. Em maio, quando o filme chegou, não foi tão bem de crítica e público quanto os anteriores e muita gente se decepcionou. Pra quem espera que seja tão bom quanto o segundo, pode ser mesmo decepcionante, mas pra quem assiste o filme como a excelente diversão com coração que ele é, o resultado pode ser muito satisfatório.
Nesse filme, ao contrário do segundo, Peter Parker tem a vida nas alturas. Nova York ama o Homem-Aranha, ele é casado com a mulher que sempre amou (Mary Jane, agora uma atriz) e continua um aluno exemplar. Com o ego nas alturas e esquecendo um pouco dos outros, Peter volta a enfrentar suas crises. Flint Marko, o verdadeiro assassino de seu tio está a solta, seu melhor amigo Harry se volta contra ele vestindo a armadura do pai como o “Novo Duende” e ele pode perder seu emprego para o novato fotógrafo Eddie Brock. E pra piorar, uma espécie de gosma vem do espaço e gruda no seu uniforme, deixando-o negro, e passa a alterar sua personalidade.
Sam Raimi não queria Venom no filme, e isso fica claro quando você o assiste. O Venom em si, quando em contato com Eddie Brock, não é muito bem explorado, e aparece muito pouco no filme. Já com a relação de Peter e o simbionte, o tempo é maior. Desde aumentar ainda mais o ego do personagem (rendendo boas piadas) a até fazer com que Peter tente matar certo personagem por causa de vingança. E ainda ajuda a questionar se aqueles instintos novos são realmente só por causa do uniforme.
Muitos fãs de quadrinhos vão perder a cabeça quando verem algumas alterações: no filme, Flint Marko, o Homem-Areia, é o assassino de Tio Ben. Certo que é uma alteração e tanto, mas a mudança tem sua função na história. Além de que o Homem-Areia é o melhor vilão do filme. Enquanto isso, mesmo com o fraco James Franco no papel de Harry, o Novo Duende rende no filme, principalmente pelas ótimas cenas de ação que protagoniza, amparada pelos sempre ótimos efeitos especiais.
Um filme mais emocionante e bem-humorado que os outros dois, Homem-Aranha 3 pode não ser o melhor da franquia, mas está longe de ser ruim e, com Sam Raimi e Tobey Maguire, essa franquia pode render muito mais.

Nota 8,5


Viníccius Boaventura
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Zodiaco

Alguns cartazes de Zodíaco nos Estados Unidos tinham em destaque a frase “Há várias maneiras de se perder a vida para um serial-killer”. Uma boa frase de efeito, se o filme em questão fosse “Jogos Mortais”, mas em Zodíaco, não poderia ser mais errada. Enquanto uma frase dessas dá a impressão de que o filme é centrado em psicopata torturador, o novo filme de David Fincher é centrado nas pessoas envolvidas no caso do assassino que se denominava “Zodíaco” em cartas para a imprensa e polícia e aterrorizou San Francisco ao ameaçar matar crianças no início da década de 70, sem ter até hoje sua identidade descoberta.
Mesmo tentando deixar o filme mais comercial em atitudes como essa, o estúdio não conseguiu impedir que o filme não fosse muito bem nas bilheterias americanas, mas deve ganhar vida longa em dvd, assim como aconteceu com outros filmes de Fincher. E não merece menos que isso, pois o filme é absolutamente sensacional.


De 1969 a 1991, Zodíaco acompanha os 30 anos em que o caso se desenrolou, tanto na polícia, com os policiais Dave Toschi (Mark Ruffalo) e William Armstrong (Anthony Edwards) quanto no jornal San Francisco Chronicle, com o jornalista Paul Avery (Robert Downey Jr.) e o cartunista Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal). O filme também se aprofunda nas vidas pessoais de Toschi, Avery e Graysmith, que foram bastante abaladas pelo caso.

E o elenco para representar esses personagens (reais, vale dizer), não poderia ser melhor. Downey Jr. finalmente volta em um grande papel, se exibindo sempre bastante confortável como Avery e roubando todas as cenas em que aparece, desenvolvendo o personagem de um jeito tão sacana quanto fascinante. Gyllenhaal tem uma chance maior de desenvolver seu personagem na parte final da história, que se centra mais na obsessão de Graysmith em tentar resolver o caso, e acerta em ir alterando o personagem aos poucos, sempre o colocando cada vez mais “curioso” com o caso, ao longo das cenas, até que quando tem a chance mostra uma das maiores atuações do filme, trazendo um personagem mais interessado no “Zodíaco” do que em sua esposa e filhos. Já Ruffalo, na melhor atuação do filme, interpreta um policial que se vê cada vez mais tragado pelo caso, que, mesmo tentando sair não consegue. E a expressão de Ruffalo quando um potencial suspeito é eliminado traz toda angústia do personagem à tona em um dos melhores momentos do filme.

Mas o astro de verdade do show é um só: David Fincher. Mais contido com as câmeras do que em seu trabalho anterior (Quarto do Pânico), Fincher se mostra bastante preciso durante todo o filme, ousando mais em algumas cenas (como a do táxi, que é fácil de reconhecer), mas no geral usando mais as câmeras para trabalhar melhor a história. A precisão do diretor chega em seu maior momento na cena de um ataque do assassino em um lago, provavelmente uma das cenas mais absurdamente reais e assustadores que se pode ver no cinema em alguns anos. Além do mais, mesmo com o desenvolvimento lento da história, Fincher fez um filme com mais que duas horas e meia ter um ritmo impecável, sem jamais parecer arrastado ou vagaroso demais. Com Zodíaco, Fincher fez cinema para quem gosta de cinema e trouxe mais um trabalho impecável junto com o fantástico roteiro de James Vanderbilt.

Infelizmente, mesmo com um filme tão bom, o lançamento em dvd é bem pobre de extras, trazendo só alguns trailers e um documentário de 25 minutos, que mesmo trazendo algumas curiosidades, dá a impressão que faltou muita coisa a ser dita. Nos EUA uma edição dupla com uma “Edição do Diretor” está sendo providenciada para ano que vem só falta saber se a nova edição vem ao Brasil. E como é da Warner, é bom não ter muita esperança. Se bem que só o filme em si já vale a pena.
Curiosidade: Hoje, com computadores e a grande facilidade de se conseguir informação, descobrir a identidade do Zodíaco talvez não fosse tão difícil. Como os assassinatos ocorreram em cidades diferentes, os distritos policiais ficaram sem muito conhecimento das informações do outro distrito.

Nota: 10

Vinnicius Boaventura
posted by Revista Nerd @ 19:11   0 comments
PSICOSE * 1960
Há quem diga que Alfred Hitchcock, além de genial cineasta, foi um grande "diretor de platéias", relacionando a recepção morna de seus últimos filmes com as mudanças que estas audiências sofriam, audiências que até então o diretor inglês sempre entendeu tão bem. Concorde-se ou não, o maior exemplo de direção de platéia, na opinião do diretor, Psicose, continua eficaz mesmo com públicos atuais que se aventuram pelo motel de Norman Bates.
Hitchcock não gostava de trapacear. Para ele, filmes deveriam envolver a platéia com seu clima de suspense, deviam fazer sentido ao fim da sessão e, sempre, satisfazer o espectador. Raramente se envolveu com "Whodunits" (o famoso "quem é o culpado?"), preferia filmes que envolviam o público em situações tensas, às vezes dando à platéia mais informações que ao personagem na tela. Quando o filme foi lançado, em 1960, retardatários eram proibidos de entrar nas salas de exibição após o início da sessão, o que poderia arruinar a experiência.
Grande exemplo de sua arte é Psicose. filmado em preto e branco e com uma equipe de TV, Psicose se mantém como um dos maiores clássicos do gênero. Quando personagens importantes são apresentados (incluindo-se, aí, a figura mais próxima de "herói" que há no filme, um compreensivelmente apagado John Gavin), o público já sabe o que aconteceu e quem é o culpado. Mas será que sabe mesmo?
Ao longo do filme Hitchcock deixa pistas do desfecho do mistério (reflexos na janela em que Norman conversa com Marion, ou os quadros do escritório no início do filme, por exemplo). A atuação deliciosamente irônica de Anthony Perkins torna Norman Bates inesquecível.
Marion Crane decide parar num motel de beira de estrada após cometer um crime impulsivo, sem saber que um dos serviços oferecidos pelo motel e seu gerente, Norman Bates, são o assassinato do cliente e seu posterior desaparecimento providenciado num pântano próximo. A relação de Norman com sua mãe não parece ser das mais saudáveis, e a relação da Senhora Bates com seus hóspedes passa longe de hotéis cinco estrelas. Basta dizer que um assassinato inesperado inicia uma investigação que envolve um policial, a irmã de Marion e seu namorado até o final inesperado e inesquecível.
A capacidade de Hitchcock em criar cenas icônicas fica mais que evidente aqui - A cena do chuveiro é famosa mesmo entre aqueles que não viram o filme, e a música do genial Bernard Herrmann pontua é inigualável, poucas vezes imagens e som se completaram com tanta perfeição num filme.
Psicose é a prova de que o poder de sugestão e a confiança no público podem ser, e frequentemente são, meios extremamente eficazes de levar um público a se manter grudado na cadeira, aguardando sem piscar o desenrolar de uma trama. As continuações desnecessárias e a refilmagem desastrosa mostram que talento não se imita ou substitui. Psicose é eterno, tão eficaz quanto em sua estréia. Hitchcock deu um presente ao público. com imenso prazer em sentir medo, agradecemos.

Filipe Ferreira
posted by Revista Nerd @ 19:07   0 comments
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