Em julho de 2006, antes do inicio das filmagens de Eu Sou A Lenda, surgiu um boato que além de Will Smith no papel principal, o longa contaria com Johnny Depp como o líder dos vampiros, mas devido ao fato de alguém da produção (diretor ou estúdio?) ter decidido não seguir muito a história de Richard Matheson, tornando os vampiros uma espécie de zumbis turbinados com super-força e que não sobrevivem a luz do dia. Ou seja, desperdiçaram material. Um vírus com fins medicinais (cura para o câncer) é criado pelo homem. Algum tempo depois, esse mesmo vírus revela-se um grande problema, dizimando 90% da população humana. A maioria dos 10% restante acabam sendo infectadas pelo vírus e ganham força acima do normal, mas perdem a humanidade transformando-se em zumbis (que não sobrevivem à luz do dia). 3 anos depois, Robert Neville (Will Smith), um ex-tenente do exército e cientista, é o único sobrevivente em Nova York. Ao mesmo tempo em que tenta entrar em contato com outros sobreviventes do vírus, ele passa o dia pesquisando a cura para doença da humanidade, e a noite se escondendo em sua casa. Francis Lawrence (que havia demonstrado talento em sua estréia em Costantine) falha ao confiar cegamente em Will Smith ao ponto de ignorar a excelente mitologia da obra de Matheson. Os primeiros 30 minutos não chegam a comprometerem, mais depois de uma certa altura o longa fica tão cansativo quanto ouvir “Three Little Birds” diversas vezes em menos de uma hora, seja na voz de Bob Marley ou na de Smith. E como se não bastasse, ainda temos que aturar a personagem de Alice Braga sendo tratada como uma retardada em um diálogo sobre Bob Marley. Adicione a tudo isso o final sem-graça que o próprio Lawrence já confessou ser de autoria da Warner. E a tão falada cena mais cara da história do cinema é separada em quatro partes de um flashback é ainda mais sem-graça que o final do longa, e não apresenta nenhum teor importante para o filme. Engraçado notar que o grande problema de Eu Sou A Lenda é justamente a razão do sucesso financeiro do filme e o que nos mantém até os créditos finais surgiram, por que a única coisa que nos leva a ver o filme é o carisma de Will Smith. De qualidade mesmo só a excelente fotografia e a surpreendente trilha sonora do sempre competente James Newton Howard. Nota: 4 Daniel Miguel |